Trabalho de curso
2.3 O PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO DO ATO DA LEITURA
Segundo ZILBERMAN (1985, p.13), a partir do final do século XVII e durante o XVIII é que se produziram os primeiros livros de Literatura Infantil, antes disso não existia a atual concepção de “infância”. Nas famílias não existiam laços afetivos, as crianças eram tratadas como adultos em miniaturas, sua infância deveria ser curta, a sua educação era disciplinadora e punitiva, compartilhavam os mesmos eventos com os adultos, mas sem muita aproximação. Como cita ARIÈS (1981, p.11): A transmissão dos valores e dos acontecimentos, e de modo mais geral, a socialização da criança, não era, portanto nem asseguradas nem controladas pela família. A criança se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante séculos a educação foi garantida pela aprendizagem, graças à convivência da criança ou do jovem com os adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber ajudando os adultos a fazê-las. Depois do século XVIII, a Literatura Infantil e a escola foram convocadas para juntas mudarem essa situação. Então foram escritos os primeiros livros de literatura infantil por pedagogos e professores com um intuito educativo, por terem a finalidade pragmática, dificultando assim o entrosamento de literatura e educação e isso acontece até nos dias de hoje. Com a decadência do feudalismo, começaram a acontecer mudanças de valores, que antes não existiam como o afeto e a solidariedade dos membros da família, iniciando-se assim condições para uma identidade própria. A criança era considerada como um bom selvagem, sua naturalidade deveria ser conservada, na passagem do seu período infantil. Ela era marginalizada pelo poder econômico, pois não era capaz de produzir, não trabalhava. Então ficou distanciado dos meios produtivos, o que determinou sua dependência dos adultos. Preservando sua pureza infantil ela foi afastada da sociedade pelo maior tempo possível. Três fatores principais colaboraram