Trabalho de Campo - Antropologia
2291 palavras
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Quando decidi escolher um grupo social para o trabalho de campo, fui levada, espontaneamente, a pensar nos Wicca, ou melhor, bruxos. Meus interesses sobre esse grupo datam de uns três ou quatro anos atrás, quando (enquanto lia temas ‘esotéricos’ em um site aleatório na internet) encontrei uma descrição de tradições wiccanas, era uma matéria pequena, superficial, e o termo, novo para mim naquele instante, causou curiosidade de imediato. Durante esse tempo nunca havia tido nenhum contato com ninguém desse grupo. Considerava que seria difícil encontra-los, então ignorei minha primeira ideia e segui procurando uma direção para a realização do trabalho. Algumas semanas depois, sem nenhum sucesso com os outros grupos que tentei contato, decidi me arriscar e buscar os wiccanos. Para minha surpresa, em uma rápida busca, na internet, encontrei diversos blogs e fanpages que falavam e divulgavam práticas Wiccas no estado. Apesar desses achados, nada me parecia muito animador. Senti, em primeiro momento, receio em me aproximar, o uso de termos como ‘bruxaria’ e ‘feitiços’ sempre foram algo que eu evitara ter contato, mesmo lendo temas relacionados ao grupo (como: astrologia, tarot) nunca fazia uso desses termos, posso dizer que até me sentia irritada quando ligavam a religião à algumas dessas palavras. Considerava uma ação ofensiva. Decidi não estabelecer contato, estava temerosa o bastante para não tentar. Alguns dias depois, mais calma, tentei organizar minhas concepções e a origem que elas tinham. Era estranho que o meu fascínio se recuasse com a existência de uma repulsa, que eu descreveria, como irracional. Sentada à mesa, perguntei então para minha mãe, qual a concepção dela sobre bruxaria, que hesitou em responder. Sua primeira reação foi de estranhamento, parecia estar alheia quanto ao que era. Repeti a questão, desta vez, expliquei que ela poderia ser sincera. ‘Aprendi que não é algo bom’ respondeu insegura. As poucas