Trabalho de biologia
Na Rádio
A saúde pública na UTI
Série de reportagens do programa de rádio Jornal Brasil Atual faz, em dez capítulos, um delicado diagnóstico da deterioração do atendimento em São Paulo
Por: Redação
Publicado em 08/04/2011
(Fotos: Jailton Garcia)
Pronto-socorro que fecha as portas para os casos de emergência. Postos de saúde e atendimentos ambulatoriais superlotados. Falta de médicos e enfermeiros. Diagnósticos equivocados. Esses são alguns dos problemas enfrentados por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que buscam serviço de emergência e ambulatorial no município de São Paulo.
Referência mundial no atendimento médico universal à população, o SUS vem sofrendo em algumas regiões, nos últimos anos, um processo de privatização. No caso de São Paulo, Secretarias de Saúde da capital e do estado passaram a administrar hospitais e ambulatórios de forma indireta, por intermédio das Organizações Sociais de Saúde (OSS). Essas entidades têm sido alvo de críticas por parte dos usuários, de investigações pelo Tribunal de Contas e de representações no Ministério Público. As OSS administram grande parte dos hospitais, ambulatórios e laboratórios, e o beneficiário do SUS pode esperar anos para conseguir uma cirurgia ou uma consulta com especialista. Com fortes dores de estômago, Silvia Cristina de Lima Moura, de 28 anos, foi diagnosticada com gastrite na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Clímax, zona sul da capital. Ficou três anos em tratamento e o problema persistiu. “Eram dores piores que de parto. Fiquei amarela, a barriga inchou. Eu me automedicava, tomava vários analgésicos por dia.” Chorando de dor, um dia ela relatou ao médico sua piora. Um ultrassom abdominal acusou pedras na vesícula, e em 2008 Silvia entrou na fila do Hospital São Paulo, administrado pela OSS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. Seu número era, na época, 880. No ano passado, 621 pessoas ainda estavam na sua