Trabalho Da Henritte
José Carlos Pelielo
José Carlos Pelielo de Mattos é biólogo do Departamento de Biofísica e Biometria do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
(IBRAG-UERJ) e professor adjunto do Departamento de Ciências Naturais do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da
Silveira(CAp-UERJ).
Acredita-se que o envelhecimento celular ocorra devido à exposição dos organismos vivos a diferentes fontes oxidativas, sobretudo as endógenas, ou seja, aquelas formadas durante o metabolismo do corpo. Com o passar da idade, o desequilíbrio, no organismo, entre produção de lesões e mecanismos de defesa pode levar à perda de função de proteínas importantes do metabolismo e ao consequente aparecimento de doenças, como
Alzheimer, esclerose, diabetes e alguns tipos de câncer. Vamos analisar neste artigo algumas fontes oxidativas que podem contribuir para a indução de lesões no DNA e para o acúmulo de mutações ao longo da vida e, também, algumas fontes de defesa antioxidante. Além de enzimas de defesa, os organismos também possuem proteínas associadas a mecanismos de reparo de lesões oxidativas, envolvendo níveis de organização bem mais complexos, que não serão abordados.
O papel do oxigênio
Durante o processo evolutivo, o aparecimento de seres vivos capazes de aproveitar o oxigênio (O2) da atmosfera foi fundamental para aumentar, de forma considerável, a extração da energia contida nos alimentos ingeridos. Esse modo de obtenção de energia recebeu o nome de respiração celular aeróbica, contrapondo-se à respiração anaeróbica, que não utiliza o gás oxigênio e apresenta um rendimento energético menor.
O emprego do oxigênio, contudo, pode trazer danos devido à geração de produtos chamados coletivamente de espécies reativas de oxigênio (ERO).
Por causa da configuração química do oxigênio, sua redução até água (H2O) tende a ocorrer com a adição de um elétron de cada vez, fato que pode dar origem ao radical superóxido (O2