Trabalho critico
O crack, droga que chegou ao Brasil em São Paulo no final da década de 80, por muitos anos teve o seu consumo relacionado a grandes metrópoles. Atualmente, entretanto, o uso do crack ultrapassou os limites das fronteiras metropolitanas e estendeu-se por todo o país. (REIS; MOREIRA, 2012)
A produção científica acerca do tema se intensificou a partir das décadas de 1980 e 1990. Os estudos têm focado na demonstração das formas de uso, no perfil dos usuários e nas degradantes condições sociais às quais esses estão submetidos, traçando uma estreita relação entre o uso desta substância e suas consequências maléficas. Os perfis de usuário, geralmente encontrados, são de homens, com baixa escolaridade e, em sua grande maioria, desempregados ou sem trabalho formal. (JORGE et al, 2013)
O consumo do crack no Brasil tornou-se um fenômeno de saúde pública, direcionando uma atenção especial ao sujeito dependente do uso, dado a relação presumida do seu consumo com problemas como, por exemplo, a violência, com geração de impactos que ultrapassam as dimensões desse sujeito para se estender para a família e a sociedade como um todo. (REIS; MOREIRA, 2012)
Transtornos de personalidade (transtorno de personalidade antissocial e o borderline) são comuns entre os dependentes de drogas ilicitas e é situação comum entre os usuários de crack (MARQUES et al, 2011). Herrero et aL, citados por Cristian Guimarães e coautores (2008), também encontraram em seu estudo associação significativa entre uso de cocaína/crack e transtorno de personalidade anti-social. Os mesmos autores, porém, destacam estudo recente de Compton et al, o qual sugere não haver correlação entre o uso de drogas e transtorno de personalidade anti-social sem a existência de alguma outra comorbidade psiquiátrica.
Cristian Guimarães e coautores (2008), no estudo citado, realizado com 30 usuários de crack do sexo masculino internados na Unidade de Desintoxicação do