trabalho criminologia

1 INTRODUÇÃO

Vivemos numa sociedade marcada pela violência. Não apenas pela violência urbana que nos assola dia após dia, mas principalmente nas relações humanas e debates que variam desde a ética até os temas mais triviais da “vida comum”.
Nesses encontros, cada vez mais estão presentes os discursos adotados na contemporaneidade, especialmente no que tange as manifestações do ódio. Adotamos a decisão de não aceitarmos comportamentos de nossa existência cotidiana, por muitas vezes reproduzindo o senso comum e sem qualquer questionamento sobre o que e quais são as situações, os comportamentos e os valores inseridos nessa sociedade, eminentemente preconceituosa e patriarcal.
Entretanto, reproduzimos o discurso de que a sociedade brasileira, historicamente, é pacífica, que o povo brasileiro é cordial, dotado de grande civilidade, destacada por todos os visitantes do Século XVIII e XIX, negando a violência, a capacidade de manifestar sentimentos negativos de ódio – do racismo ao ressentimento pessoal. Mas ao mesmo tempo, mais da metade das pessoas que morrem vítimas de arma de fogo, no Brasil, morre por motivos fúteis: brigas de bar, ciúmes, confrontos entre torcidas, desentendimentos no trânsito.
Além disso, existem os crimes que são fruto de divergências de ideias entre os próprios seres humanos, não importando o quão próximos eles estejam, haja vista a composição eminentemente heterogênea de nossa sociedade. Por muitas vezes, não aceitamos os demais, mas os toleramos e toleramos seus pensamentos.
O presente trabalho visa analisar tais divergências ideológicas que culminam em violência, perpassando pelos fatos ensejadores e os crimes correlatos a essas diferenças que eclodem na vida normal.

2 DIVERGÊNCIAS DE IDEIAS QUE GERAM VIOLÊNCIA
2.1 A violência, o ódio e o outro

No contexto do sistema que surge na atualidade, as relações humanas encontram-se continuamente inseridas em atitudes de intolerância, deflagrando assim um empobrecimento das condições de vida.