Trabalho Chagas
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – Recife - PE – 14 a 16/06/2012
A Crônica de José Chagas: gênero de fronteira entre o jornalismo e a literatura1
Elziene Lobato FRANÇA2
Josenilma Aranha DANTAS3
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, São Luís, MA
RESUMO:
No processo textual da crônica cabe uma incerteza em seu gênero por não ter definições firmes. Gênero híbrido e ambíguo, situado entre a história e a literatura, e entre a literatura e o jornalismo, a crônica é abordada na presente Comunicação como um texto fértil, e que embora tenha sido bem frequentado por muitos literatos e jornalistas brasileiros, atualmente, tem sido esquecido pelos jornais impressos. As análises de algumas crônicas políticas do escritor e poeta José Chagas, nas obras As armas e os barões assassinalados (2000) e Da Arte de Falar Bem (2004), apontam para um cronista hábil, porém, pouco estudado no ambiente acadêmico.
Palavras-chave: Crônica; Jornalismo; Literatura; José Chagas.
A genealogia da crônica
No decorrer da vida de todo ser humano, inicia-se uma narração existencial, uma contação importante para todo e qualquer indivíduo da sociedade, a partir de uma ordem cronológica. E na necessidade de que os registros sociais perdurem à fugacidade da memória humana, houve uma evolução de resistência ao esquecimento mediante registros figurativos em cavernas, a escrita no papel, o texto impresso e os hipertextos na tela do computador, ou em dispositivos móveis.
A narração por meio da escrita é a principal forma que os povos da antiguidade encontraram para descrever o seu dia a dia. Assim, conhece-se através dos relatos dos povos antigos como era a vida das pessoas, em seu convívio social, que por meio de textos percussores à crônica registraram suas batalhas e vitórias. A crônica, em seu princípio, diz respeito às narrativas de fatos históricos