TRABALHO BOOM
Campina Grande-PB
Junho de 2014
REVISTA: MACAÉ OFFSHORE
Artigo: O desafio do petróleo (18/11/2013)
Celso Ming questiona em artigo no Estadão projeção da AIE de que Brasil será o sexto maior produtor mundial de petróleo até 2035
18/11/2013
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
O Brasil deve se tornar o 6.º maior produtor mundial de petróleo até 2035, aponta projeção da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgada na última terça-feira (12).
Esses cálculos contam com a produção de 6 milhões de barris (cada um com 159 litros) diários, o equivalente, hoje, às ofertas somadas do Iraque e dos Emirados Árabes Unidos. É uma boa aposta. Mas sobre ela pairam dúvidas quanto à real capacidade de chegar a isso e quanto ao que até lá terá acontecido no mercado global de hidrocarbonetos.
Todos os tipos de energia devem experimentar aumento de demanda até 2035 (veja o gráfico). No entanto, a participação dos combustíveis fósseis no consumo mundial deve cair dos atuais 82% para 76%, diz o relatório da AIE. Em matéria de capa de agosto deste ano, a revista britânica The Economist advertiu que o petróleo está se transformando em "combustível de ontem" e que as projeções da AIE superestimam a demanda real.
Fator determinante neste cenário é a perspectiva de que o maior consumidor mundial de energia, os Estados Unidos, se tornará autossuficiente a partir de 2020, graças à produção de óleo não convencional (tight oil) e de gás de xisto (shale gas). A AIE é mais conservadora nas projeções. Prevê a autossuficiência apenas em 2035.
Basta esse novo dado de mercado para que os interesses dos vendedores de petróleo e gás sejam convulsionados, observa Carlos Assis, especialista em Energia da consultoria Ernst & Young. A partir das estatísticas de importação dos Estados Unidos em 2012, a autossuficiência, qualquer que vier a ser a data em que passasse a acontecer, tiraria 11 milhões de barris diários do mercado. É o equivalente a 11,0% da