TRABALHO 1 CRIMINOLOGIA
O livro “Quem tem medo do lobo mau” da autora Vera Maria Guilherme retrata as consequências reais da aplicação da lei antidrogas no Brasil que falha em relação aos objetivos alegados pelo estado e suas motivações. O estado propõe a erradicação das drogas através de um sistema punitivista no qual usuários e traficantes devam ser segregados até a erradicação total das drogas consideradas ilícitas da sociedade, fundamentado e patrocinado pelo projeto dos EUA de “Guerra as drogas”.
Contudo o estado que é falho em oferecer infraestrutura à população e acaba selecionando politicamente o real indivíduo alvo da política antidrogas. A aplicação da lei tem como resultado um aumento considerável da população carcerária, de 2005 a 2011 houve o aumento de mais de 350% de pessoas presas por tráfico, mantendo numa constância quanto ao grau de escolaridade, quanto maior, menor as chances de ser selecionado a cumprir pena, ou seja, quanto maior o poder econômico do individuo, menor a possibilidade de ser encarcerado. Essa triagem dos indivíduos, no momento da intercepção policial, possibilita uma seleção social diferenciadora entre usuários e traficantes. A nebulosidade da lei em enumerar critérios diferenciadores entre usuário e traficante ocasiona que a subjetividade do servidor faça a análise, na qual o critério diferenciador não esta na quantidade das drogas apreendidas ou questões técnicas, e sim na condição social do individuo a ser analisado. O usuário, vitima da situação, incapaz de controlar suas próprias vontades, e o traficante, criminoso que lucra com a dependência alheia e que se utiliza de todo e qualquer meio para manutenção de seu território para a atividade criminosa. Nesta lei a definição entre ambos é muito tênue, caracterizada por aspectos subjetivos, havendo porem um tratamento brutalmente diferente: a um se quer é passível a encarceirização, enquanto a outro haverá a aplicação de uma severa.
A autora