trabalhadores no canavial,trabalhadores no engenho
O texto original de Schwartz faz parte de um dos seus livros intitulado de SEGREDOS INTERNOS: ENGENHOS E ESCRAVOS NA SOCIEDADE COLONIAL, 1550-1835. Trata-se principalmente do trabalho na manufatura do açúcar, sua natureza e suas exigências, pois isso, acima de tudo, determinou a vida dos homens e mulheres que trabalharam nos canaviais e nas fábricas dos engenhos.
Não podemos negar que o elemento crucial da manufatura do açúcar foram os escravos, e que suas condições de vida e trabalho são importantes para explicar a formação da sociedade açucareira. Logo no inicio do texto percebemos que era aceita a teoria de administração na qual Antonil citava, na qual dizia que os escravos precisavam apenas de “ppp”: pau, pão e pano. Muitos clérigos e visitantes defendiam a ideia de que os escravos fossem tratados de melhores formas, lembrando que eles também possuíam escravos, sendo assim, na hora de puni-los prevalecia o pensamento de que a melhor forma era com disciplina, castigo e trabalho.
Em 1688, foi promulgado uma lei na qual dava o direito até mesmo do próprio cativo denunciar seus senhores cruéis, ás autoridades civis ou eclesiásticas, embora fosse difícil que a denúncia ocorresse já que nenhum outro escravo com medo de ser castigado mais tarde, iria depor contra o senhor e mais complicado ainda que o denunciado fosse julgado e tivesse algum tipo de condenação, já que eles apelavam para o fato de que tinham família e outras responsabilidades, a corte acabava sendo clemente, então o máximo que ocorria era o escravo sendo vendido para outro senhor de escravos.
Ainda que punições excessivas refletissem situações extraordinárias, as condições do cotidiano em geral não eram muito melhores. O conforto material dos escravos de engenho era mínimo. As senzalas geralmente consistiam de cabanas separadas, de paredes de barro e telhado de sapê,