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Independência da América LatinaO processo emancipatório da América Colonial hispânica
O fato da chamada elite criolla ter sido a promotora da independência determinou, simultaneamente, as finalidades e os limites desta. Constituindo-se em classes dominante, não tinha, é claro, nenhum interesse em alterar a ordem social vigente. A estrutura interna latino-americana estava montada em função da articulação com os mercados europeus, para onde iam matérias-primas e de onde vinham as manufaturas. O monopolismo ibérico, tornando insuportável o pacto colonial, motivou, a partir e certo momento, a rebelião emancipatória. Por trás de uma retórica libertária o que houve foi a oposição aos seculares privilégios gerados no mercantilismo: a cobrança de impostos, a proibição de produzir e negociar livremente e a obrigação dos navios que vinham ou saíam do Novo Mundo de passarem obrigatoriamente por portos ibéricos.
Com efeito, para a aristocracia local, a independência foi tão-somente um meio de rearticular, em novas bases, os vínculos com o mercado europeu, sem alterar a sua substância e o caráter de dependência. Internamente, deveria ser preservada a estrutura de classes montada na fase colonial.
Externamente, havia que modernizar e diversificar a dependência ao capitalismo internacional em ascensão. Em função da causa emancipatória, acionou-se a ideologia liberal importada da Europa. No Velho Mundo, tal ideologia tivera o objetivo de promover a ascensão política da burguesia e extirpar os obstáculos mercantilistas à expansão do projeto capitalista. No Novo Mundo, ela foi também usada para extirpar obstáculos mercantilistas mas não para levar uma nova classe ao poder, e sim para consolidar, pelo contrário, a que já era tradicionalmente dominante e garantir-lhe os cargos de mando em lugar dos administradores metropolitanos que representavam o velho regime, já em franca decadência.
Na realidade o liberalismo teve um papel revolucionário na Europa, substituindo as classes