Trab
A modernidade desencadeou, por meio da ciência, processos tecnológicos, sem precedentes na história da humanidade, criando uma situação paradoxal. Se, por um lado, ela beneficiou-se dos resultados, melhorando as condições materiais e existenciais pela incorporação dos seus bens ao cotidiano, por outro, tornou-se fonte real de problemas, resultantes da sua utilização. Diante desta realidade não sabemos quais as consequências longínquas, ou os perigos, que poderão advir à humanidade no futuro.
Jonas aponta as catástrofes atômicas ocorridas em Hiroshima e Nagasaki, como marco inicial do abuso do domínio do homem sobre a natureza, causando sua destruição. A evolução de uma tecnologia com grande potencial destruidor e devastador como essa, estaria clamando pela estruturação de uma nova ética, capaz de impor limites à evolução tecnológica acelerada e descontrolada.
Hans Jonas alerta para o fato de que a ciência e a técnica atuais, impulsionadas incessantemente pela atividade econômica, estão pondo em movimento forças nunca antes conhecidas, cujos efeitos destrutivos, remotos e cumulativos da intervenção negativa sobre a natureza, passam a exigir uma nova reflexão no campo da ética; uma ética que evite, mediante contenções voluntárias, que o poder tecnológico conduza os homens a um desastre. Para ele, pela primeira vez na história, as ações humanas parecem irreversíveis: Prometeu está liberto e o mal-estar cresce ao redor da Terra.
Jonas considerou que a humanidade, de posse de um poder até então inexistente, necessitaria de uma ética que norteasse seus atos, não somente no plano individual, mas, sobretudo, no âmbito coletivo e político, pois são ações que produzem efeitos e possuem abrangência espaço-temporal de tal ordem que, em épocas anteriores, não poderiam ter sido cogitados devido à inexistência, ainda, de tais condições.
São as consequências do poder tecnológico que motivaram Hans Jonas a