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A denominação “senso comum” pode ter sido criada por um grupo que se diz ter um conhecimento além do comum, o científico. Entretanto, não há sentido algum nessa afirmação, uma vez que, para se obter o conhecimento científico é necessário antes, obter o senso comum.
Todos nós, ao longo de nossas vidas desenvolvemos o senso comum, que nada mais é do que as coisas que aprendemos sem a necessidade de um aprofundamento nos estudos, por exemplo, quando vemos uma chama acesa, nós sabemos que se trata de uma chama, de calor, sabemos que aquilo pode nos queimar, mesmo sem nunca tê-la estudado. Por outro lado, quando a estudamos mais profundamente, descobrimos que aquela chama é formada por quatro elementos: Combustível, Comburente (oxigênio), Calor e Reação em cadeia. Este seria então o chamado conhecimento científico.
Entretanto, poderia alguém estudar a chama se nunca a tivesse visto? Não, pois ela não faria parte do seu conhecimento, do seu senso comum. Fica claro que o senso comum e o conhecimento científico andam lado a lado, e a última não existiria sem a primeira, o conhecimento científico nada mais é do uma extensão do senso comum.
Não há sentido em afirmar que um cientista possui mais conhecimento do que as outras pessoas consideradas comuns, pois um cientista se especializa em determinada área que antes fazia parte do seu senso comum. Se você estuda a chama, você saberá os gases que a compõe, porém, você não saberá os elementos que compõem a água se você não a estudou também.
O senso comum faz parte de nossas vidas, do nosso dia-a-dia. Quando nos questionamos sobre tais coisas, como a composição da chama, por exemplo, surge ai, a necessidade de estudá-la. Se você sente frio, logo você se interessará em descobrir como (re) produzir o fogo, dá-se início então ao conhecimento científico.
O senso comum existe por si só, o conhecimento científico surge através da curiosidade, do questionamento e/ou da necessidade.