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Sendo a maconha uma substância que comprovadamente causa danos à saúde física e psicológica dos indivíduos, não seria de bom senso alguém argumentar que seu uso deveria ser liberado para qualquer pessoa e circunstância.
Mesmo as drogas lícitas, como o álcool e o cigarro, sofrem limitações na maioria dos países. Elas se referem à idade para comprar ou consumir, aos locais e horários em que se pode beber ou fumar, às regras quanto à publicidade e às conseqüências penais para certas ações levadas a efeito quando a pessoa está sob o efeito do álcool, como, por exemplo, dirigir.
Em relação à maconha, a legislação brasileira pune com a prisão aquele que produz, faz tráfico, comercializa ou leva consigo qualquer quantidade da substância e impõe o tratamento a quem faz uso dela, mesmo ocasional.
Algumas pessoas argumentam que se o uso fosse descriminalizado (ou seja, deixasse de ser crime), seria possível distinguir e punir com maior propriedade os traficantes, não confundindo-os com os usuários ou portadores. Outros consideram que um controle na produção e na venda poderia garantir maior pureza e melhor qualidade do produto, evitando riscos mais graves, e diminuir a violência e os problemas econômicos que cercam o tráfico de drogas.
Há ainda os que defendem o uso médico de maconha, para casos de tratamento ou problemas associados a doenças como glaucoma, câncer e AIDS. Seria um tipo de legalização, sob prescrição médica, para determinadas pessoas.
A questão, no entanto, não é simples. Ao lado desses argumentos favoráveis a uma legalização da maconha, mesmo que condicionada a uma série de circunstâncias, existem outras razões que, seriamente, apontam para as desvantagens dessa decisão.
A nossa sociedade tem demonstrado enormes dificuldades em criar e fazer cumprir