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Os negros sempre viveram em más condições de vida, sendo humilhados e escravizados pelos senhores, minoria branca. Junto com essa realidade escravagista os negros criaram formas de resistência como uma coreografia, que mescla a luta e a dança, conhecida como capoeira.
No dia 13 de Maio de 1888, ano da abolição da escravatura, os negros tornaram-se formalmente livres. Apesar de adquirir este “status”, os negros continuavam controlados, pelos seus “ex-donos” e continuavam utilizando a capoeira como uma maneira de rebelar-se contra todo preconceito que existia naquela época e que pode ser vista nos dias atuais, porém com uma certa “maquiagem”.
É neste cenário e contexto que o filme Besouro – um drama mesclado com ação e fantasia – acontece, mostrando a história de um lendário herói baiano, de Santo Amâro – Recôncavo da Bahia -, dirigido por João Daniel Tikhomiroff.
Nascido na Bahia, Manoel Henrique Pereira tornou-se um mito pelas inexplicáveis vitórias contra os policiais e as autoridades constituídas, graças ao seu incrível dom de “voar”. Por consequência das suas habilidades recebeu o nome de Besouro Mangangá, devido a sua capacidade de fugir dos seus adversários.
O filme ocorre, do início ao fim, envolta de todo sofrimento que os negros passaram. O preconceito da religião, o Candomblé, vista pelos senhores como feitiçaria, “macumba” – apesar que esse pensamento retrogrado existe até os dias atuais, transformando uma crença, que é algo particular, em algo demoníaco – o preconceito também da capoeira, sendo ela uma forma de resistência dos negros, além do preconceito da cor, ressaltando que a minoria era e ainda são os brancos.
Besouro tinha seu “corpo fechado”, e apenas uma faca confeccionada com uma madeira chamada ticum poderia mata-lo, e foi assim que esse ilustre personagem baiano morreu.
Manoel Henrique Pereira, Besouro Mangangá, ou até mesmo Besouro Cordão de Ouro morreu lutando pelo seu povo, contra toda aquela realidade sofrida.