Trab Historia

A animação brasileira “Uma História de Amor e Fúria” mostra em quatro épocas, a colonização do país, a escravidão, o regime militar e um futuro fictício onde há uma guerra pela água um ponto de vista pouco explorado de uma figura ou grupo, por assim dizer, que se faz presente em todas essas épocas: o do oprimido. Com a civilização moderna em que vivemos consolidadas pelos moldes europeus, pouco é nos dada a oportunidade de lidar com a nossa história traçando um panorama diferente ao da visão eurocêntrica e o filme rompe com isso acompanhando a história de um personagem que faz parte do grupo renegado nesses determinados períodos.
É interessante observar como o filme acaba tratando essa luta contra opressão com ciclos, que embora em contextos históricos diferentes, possuem em seu âmbito características comuns: a exploração extrema e violenta, chegando essa exploração a seu clímax: a necessidade de organização da classe explorada que faz isso buscando: se rebelar contra aqueles que a oprimem e pela tentativa de impedir essa rebelião a batalha que se trava pelas duas classes.
Pro final do filme se mostra um artifício utilizado por aqueles que impõem seu poder sobre os que são forçados a lidar com ele: a conformação. Esta recai sobre a personagem principal depois de tantas lutas travadas que foram massacradas e falharam ou que lhe deram muitas perdas significativas e faz normalizar a situação que vive ou perder as esperanças em mudanças.
No fim a bela mensagem que se passa é que essa luta ocorre diariamente e nós somos personagens dela na história.