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QUELÓIDES1. INTRODUÇÃO
Todos os animais têm mecanismos eficientes de reparação tecidual que promovem a reepitelização da epiderme e a substituição da derme por nova matriz extracelular. Dessa maneira, a perda de partes que podem alterar a arquitetura do tecido leva a uma resposta fibroproliferativa, resultando em cicatriz fibrosa, palpável e visível. Quando o trauma é persistente ou recorrente, a inflamação se perpetua, há atraso na reparação e, como resultado, há ausência de cicatrização ou fibrose excessiva.
A cicatrização é um processo complexo que resulta na formação de um novo tecido para o reparo de uma solução de continuidade, a mesma tem vários estágios, o de Inflamação ou fase inflamatória, depois o de fibroplasia (nova formação Tecidual) e por último a de maturação (remodelação tecidual). A cicatrização processa-se na maioria das vezes de forma rápida e satisfatória. Porém, quando o processo não evolui normalmente, resultam feridas crônicas, como úlceras venosas, diabéticas e hipertensivas. A resposta cicatricial pode, por outro lado, ser exagerada, resultando em cicatriz hipertrófica ou quelóide. Ambos apresentam base genética e tendência racial, sendo mais frequentes em negros e orientais.
Uma evolução normal das fases de cicatrização em um indivíduo hígido geralmente determina uma cicatriz final de bom aspecto estético e funcional. Qualquer interferência nesse processo pode levar à formação de cicatrizes de má qualidade, alargadas e pigmentadas. Dentre as afecções cicatriciais, destacam- se a cicatriz hipertrófica e o quelóide.
O quelóide foi descrito há mais de três milênios nos Papiros de Smith, o qual descreve técnicas cirúrgicas usadas em cerca de 1.700 A.C. Outras referências ao quelóide podem ser encontradas no 10º século da nossa era, em escritas da Tribo Yorubá do oeste da Nigéria, que simbolizaram estas lesões em esculturas. Foram e são fartamente descritas na Medicina folclórica africana. Porém, quem primeiro as descreveu na