Toxinologia dos Venenos de Serpentes
Introdução à Toxinologia
Toxinologia dos Venenos de Serpentes
Da biologia ao tratamento
São Paulo, abril de 2014
Introdução
Os acidentes por animais peçonhentos no Brasil constituem um problema de saúde pública, onde mais de 20.000 acidentes que são registrados por ano, são causados por serpentes peçonhentas, sendo que a maioria acontece nos meses quentes e chuvosos, já que as ocorrências dos acidentes ofídicos estão, na maioria das vezes, relacionadas a fatores climáticos e ao aumento da atividade humana nos trabalhos no campo.
Os animais peçonhentos se caracterizam dessa forma, por possuírem glândulas com capacidade de produzir venenos e, principalmente, por apresentarem um órgão que os permite a inoculação dessa peçonha.
No Brasil estão registradas 60 espécies de serpentes peçonhentas incluídas nas famílias Elapidae (30 espécies) e Viperidae (30), cujo os quatro gêneros de maior importância são Bothrops (jararaca e jararacuçu), Crotalus
(cáscavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (coral)., que através das toxinas presentes em seus venenos, podem causam reações diversas que, se não tratadas da forma correta e o quanto antes possível, podem levar à óbito.
Em virtude disso, classificação dessas serpentes é essencial para a identificação das espécies de importância médica, base para os estudos toxinológicos, e também para a produção de apropriado e eficiente antiveneno e no
tratamento
dos
pacientes
de
acidentes
ofídicos.
Desde 1901, com o início das pesquisas do Dr. Vital Brasil, o Instituto
Butantan fabrica soros específicos, usados na terapia de várias doenças causadas por animais peçonhentos. Esses soros são distribuídos nos Centros de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e, eventualmente, para todo o país.
O Hospital Vital Brazil (HVB) foi fundado no final de 1945 para atender pacientes picados por animais peçonhentos, possui médicos 24 horas por dia e dispõe de 10 leitos para o atendimento pacientes