Toxicologia & Educação

Psicanálise, toxicomania e educação – interfaces
Angelino Bozzini
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
... E algum remédio que me dê alegria
Cazuza - Frejat
Uma parte de mim é só vertigem: outra parte linguagem. Ferreira Gullar

'Sombras da Noite' é melhor e mais barato que drogas
Tim Burton

In vino veritas
Ditado latino
Ser ou não ser, eis a questão!
Que é mais nobre para o espírito: sofrer os dardos e setas de um ultrajante fado, out tomar em armas contra um mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo?
Willian Shakespeare

Ao soltar jovens na vida com uma orientação psicológica tão incorreta, a educação age como quem envia pessoas para uma expedição polar com roupas de verão e mapas dos lagos italianos.
Sigmund Freud

Meus inimigos atribuem a loucura à bebida e não a bebida à loucura.
Edgar Allan Poe

Freud sinalizou três impossíveis: educar, governar e psicanalisar. Um sem número de professores, gestores e psicanalistas buscam, no seu fazer diário, não se intimidar frente a esses impossíveis e entregam-se, cada um ao seu modo e com suas estratégias específicas, a agir nas impossibilidades transformando-as. Nesse processo, adquirem um saber-fazer que floresce como possibilidade frente ao impossível.
A questão da toxicomania parece desafiar a educação em posição de vantagem e revela, também, o ingovernável de cada um.
Ao receber o toxicômano como um sujeito e dando voz ao que desse sujeito escapou do poderoso campo gravitacional da droga, a psicanálise constata que, em última instância, é só o sujeito, em seu modo singular, que pode, de fato, fazer frente à toxicomania.
Do saber-fazer que se destila do trabalho do um-a-um psicanalítico pode-se oferecer à educação elementos com que ela possa se implicar de forma mais efetiva na questão da toxicomania, possibilitando a cada um construir um saber sobre a toxicomania que se construa a partir da própria subjetividade e não como mais um conteúdo a ser