Torção de Abomaso
LEITEIROS*
Epidemiologia
A ocorrência do deslocamento de abomaso para esquerda ou direita é comumente encontrada em animais de grande porte e de alta produção leiteira após o parto.
Aproximadamente 90% dos casos ocorrem até seis semanas após o parto (Hunter,
1975). Nos EUA a incidência da doença está associada aos meses de inverno, provavelmente associado à maior inatividade dos animais ou maior concentração de partos (Radostits, 2000). Em Ontário (Canadá) a incidência de deslocamento de abomaso nos animais em lactação é de 2% (Geishauser, 1997). Aproximadamente 24% dos rebanhos tiveram pelo menos um caso de deslocamento de abomaso para esquerda durante um período de três anos (Coppock, 1972). A prevalência desta doença varia de rebanho para rebanho dependendo da localização geográfica, práticas de manejo, clima, entre outros fatores. Das desordens dos vólvulos abomasais o deslocamento de abomaso para esquerda é predominante com 85% até 95,8% das ocorrências (Trent, 1990).
No Rio Grande do Sul os dados relativos à prevalência desta patologia são desconhecidos. Segundo relato de médicos veterinários com experiência nesta patologia, a ocorrência é maior no período inicial de inverno e final de primavera. Uma das possíveis explicações para esta observação é a de que nestes períodos as pastagens de inverno e verão, respectivamente, ainda não estão estabelecidas gerando um déficit de fibra na dieta destes animais.
Etiologia
O deslocamento de abomaso é uma síndrome multifatorial onde a atonia abomasal é um pré-requisito absoluto para a sua ocorrência. O gás produzido pela fermentação microbiana distende o abomaso e provoca o deslocamento. A alimentação com altos níveis de concentrado para bovinos leiteiros resulta em redução da motilidade abomasal e aumento no acúmulo de gás abomasal (Sarashina, 1991). Existe uma hipótese em que o lado do deslocamento está relacionado com o tamanho do rúmen, que é, rúmen