torturas e direitos
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) foi o principal personagem da Independência política e do início da formação da nacionalidade brasileira. Em meio a tantas personalidades de alto nível -como Frei Caneca, Cipriano Barata, Feijó- sua atuação foi decisiva nesses primeiros momentos de vida diplomática, política e cultural do novo país.
Ele nasceu em Santos 1793, filho de comerciante bem colocado na cidade. Estudou com religiosos em São Paulo, depois na Faculdade de Direito de Coimbra, formando-se também em Filosofia e Matemática. Tornou-se secretário da famosa Academia das Ciências e Letras de Lisboa. Realizou longa viagem de estudos pela Europa (Paris, Freiburg, Áustria, Alemanha e Itália, Suécia, Dinamarca), criando depois a cadeira de Metalurgia da Universidade de Coimbra. Em Paris, presenciou em 1790 a Revolução Francesa, tornando-se amigo dos principais cientistas e intelectuais da época. Ocupou postos administrativos em Portugal e, como oficial do Corpo Acadêmico, lutou contra as tropas de Napoleão. Autor de estudos sobre mineralogia e agricultura, retornou ao Brasil somente em 1819, continuando suas pesquisas mineralógicas em São Paulo, com seu irmão Martim Francisco. Em 1820, obtém o título de conselheiro, conferido por D. João VI.
A Revolução do Porto muda sua vida. Em 1820, nomeado presidente da Junta Provisória de São Paulo, escreveu a importantes Lembranças e Apontamentos do governo provisório de São Paulo a seus Deputados, que atuariam bravamente nas Cortes de Lisboa. Durante o processo de Independência, José Bonifácio teria papel decisivo junto a D. Pedro I, instando-o em 1822 a desobedecer as ordens de Lisboa. Como ministro, arquitetou a política interna e externa, esboçando em apenas dois anos o projeto do novo Estado nacional.
Com sólida formação ilustrada, muito viajada e vinculada aos filósofos e cientistas do Enciclopedismo, desentendeu-se