Torcidas Organizadas
Aos poucos elas cresceram, surgiram outras com objetivos interessantes, como participar da política do clube, isso nos anos 1960, quando cartolas incompetentes já eram numerosos, comuns. Gaviões da Fiel e Torcida Jovem do Flamengo ("Poder Jovem" nos seus primórdios), por exemplo, nasceram calçadas nesse conceito. As primeiras "torcidas organizadas" datam do fim da década de 60 e do começo dos anos 70.
Mas as torcidas mudaram. Até então brigas ocasionais envolviam fãs de clubes rivais por conta de provocações em encontros casuais. Aconteciam sem que os valentões fossem obrigatoriamente das organizadas. Aconteciam porque as pessoas se desentendem, especialmente quando estão em lados opostos. Militantes de partidos políticos, por exemplo, também brigam.
Mas foi na década de 90 do século XX que as torcidas atuaram em episódios de extrema violência coletiva: o que era eventual, sem grandes consequências, se transformou em algo estruturado, como numa guerrilha. Tocaias, armadilhas, ataques de surpresa ou confrontos combinados. Lutas coletivas em qualquer ponto da cidade, na estrada, onde for. Com paus, pedras, barras de ferro, correntes e finalmente... armas de fogo. Casos de mortes eram constantemente relatados após os términos das partidas, quando as torcidas se encontravam. Ainda que muitas pessoas acreditassem que esse fosse um problema restrito às grandes cidades brasileiras, os hooligans, na Inglaterra, são um excelente exemplo de que o fanatismo esportivo está longe de ser característica tipicamente brasileira.
O discurso mais comum é o que pede o fim das organizadas. Como se isso fosse possível num estalar de dedos. Se partidos