Tomar comprimidos para a depressão: uma visão budista - Tradução para o português
December 24, 2012 at 6:22pm
B. Alan. Wallace O conjunto dos ensinamentos do Buda provem da compaixão, do desejo de que todos os seres possam se livrar do sofrimento e de suas causas. No mundo de hoje, uma das formas mais opressivas e debilitantes de sofrimento é a depressão. Muito mais do que experiências fugazes de tristeza, a doença mental clinicamente diagnosticada, conhecida como depressão maior é incapacitante na medida em que interfere com a nossa capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e desfrutar de atividades outrora prazerosas. A Organização Mundial de Saúde alerta que a doença mental está aumentando, e prevê que uma em cada quatro pessoas desenvolverá um ou mais transtornos mentais durante suas vidas. Até o ano 2020, a depressão deverá ser a causa de doença mais prevalente no mundo desenvolvido.
Para que a depressão seja tratada de forma eficaz, é preciso identificar as causas e circunstâncias específicas que contribuem para cada caso. Do contrário, existe o perigo de tratarmos cegamente seus sintomas sem resolvermos as causas subjacentes. De acordo com estudos recentes, é altamente improvável que a depressão resulte puramente de desequilíbrios químicos, exceto em raros casos de deficiências de vitaminas, acidente vascular cerebral e assim por diante. Além disso, a síntese de centenas de estudos indica que os antidepressivos não são mais eficazes no tratamento da depressão resultante desses tipos de causas do que no tratamento da depressão resultante de causas relacionadas ao estresse. Isto implica que a depressão é mais bem entendida como um transtorno mental, não como um distúrbio neurológico.
Acho útil traçar uma distinção entre estes dois tipos de transtornos. Doenças neurológicas, como o autismo, derivam principalmente de fatores biológicos objetivos, que por sua vez afetam a experiência subjetiva. Transtornos mentais derivam principalmente de processos mentais subjetivos, que