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É um romance de amor bem ao estilo do Romantismo, muito embora uma ou outra manifestação do Realismo aí se faça presente. Trata-se de um romance de "1ª pessoa", ou seja, o narrador da história é uma personagem importante da mesma, Paulo Silva. E ele a narra em cartas dirigidas a uma senhora, G. M. (pseudônimo de Alencar), que as publica em livro com o título de Lucíola.
Segundo Afrânio Coutinho “O Romantismo aparece como um amplo movimento internacional, unificado pela prevalência de caracteres estilísticos comuns aos escritores do período. É, portanto, um estilo artístico – individual e de época. É um período estilístico, consoante a nova conceituação e terminologia, e perspectiva sintética, que tendem a vigorar doravante na historiografia literária”. (Introdução à Literatura Brasileira, p. 139).
Em conformidade com um trabalho de Hibbard e após analisarmos as obras Lucíola; Diva / José de Alencar; romance condensado por Celso Leopoldo Pagnan – São Paulo: Rideel, 1997 e Lucíola Texto Integral da editora Martin Claret – São Paulo, 2003, pode-se apontar as seguintes qualidades que caracterizam o espírito romântico: Sentimentalismo - Em Lucíola um mínimo contratempo é o suficiente para lançar Lúcia ou Paulo na mais profunda tristeza. Numerosas passagens do romance colocam o leitor diante de quadros profundamente sentimentais. Como esta:
“Foi terrível. Meu pai, minha mãe, meus manos, todos caíram doentes: só havia em pé minha tia e eu. Uma vizinha que viera acudir-nos, adoecera à noite e não amanheceu. Ninguém mais se animou a fazer-nos companhia. Estávamos na penúria; algum dinheiro que nos tinham emprestado mal chegara para a botica. O médico, que nos fazia a esmola de tratar, dera uma queda de cavalo e estava mal. Para cúmulo de desespero, minha tia uma manhã não se