Tmp 28617 Febre Texto676147093
8047 palavras
33 páginas
REVISÕES & ENSAIOSFEBRE - FITOPATOLOGÍA E TRATAMENTO
ALFREDO ELIAS CILIO 1
HELOÍSA HELENA DE SOUSA MARQUES2
MASSAYUKI YAMAMOTO3
Instituto da Criança
"Prof. Pedro do Alcântara'* do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Unidade de Isolamento.
1 Assistente do Hospital Universitário
2 Assistente da Unidade de Isolamento
3 Chefe da Unidade de Isolamento
Aceito para publicação em
31 de março de 1982
A febre é uma das principais causas que motivam o atendimento pediátrico. Segundo Giesel 18 e Pizzo & cois, 4 4 muitas chamadas telefônicas e cerca de 30% de todas as consultas pediátricas são provocadas pela presença de temperatura elevada. Contrastando com a sua freqüência na prática cotidiana, o sintoma febre merece muito pouca atenção nos textos clássicos de Pediatria 1 - 46 ' 60 não só no que se refere à sua fisiopatologia como também ao seu tratamento. Este descompasso, teoria versas prática, faz que o médico em geral e o pediatra em particular tenha grande dificuldade em orientar adequadamente os familiares de uma criança febril, contribuindo, assim, para que se crie nesses, aquilo que Schmitt 50 denominou de "febrefobla".
O tratamento racional da febre requer uma compreensão dos mecanismos de regulação da temperatura e de sua variação normal, estudando-se a fisiopatologia dos diferentes estados febris e conhecendo-se os meios pelos quais as diferentes medidas terapêuticas diminuem a temperatura corpórea 57.
Pretendemos, com esta revisão, contribuir para que os pediatras contem com mais um instrumento para a adequada abordagem da criança febril, suprindo uma necessidade sentida no dia-a-dia do ambulatório, da enfermaria e, principalmente, do pronto-socorro. Febre é definida como elevação anormal da temperatura corpórea. Os níveis considerados anormais devem ser analisados levando em conta os fatores discutidos a seguir. Moffet 37 sugere a seguinte definição prática de febre: temperatura oral maior que 37,8°C ou retal maior