TLOG 3 Aula 01 Infra estrutura no Brasil Revista Veja Especial Infra Estrutura
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EspecialInfra-estrutura
É preciso vencer essa guerra
O Brasil exercitou, por anos a fio, o escapismo de atribuir a inimigos externos ou fictícios a culpa por suas mazelas. Perdeu, com isso, tempo precioso. Agora que enxerga a possibilidade de uma nova fase de crescimento rápido, o país terá de vencer antes uma batalha contra um adversário impiedoso e real. Uma batalha cujo desfecho definirá sua capacidade de sobreviver como competidor de peso na economia mundial. O inimigo está dentro de suas próprias fronteiras. São os portos ineficientes, as estradas mal conservadas, as ferrovias obsoletas e a falta de energia. Nas páginas seguintes, VEJA mostra como a precariedade da infra-estrutura mina a competitividade do país. Indica também alternativas que deveriam ser postas em prática em curto prazo para começar a reverter esse quadro.
Giuliano Guandalini
É alentador o fato de o governo Lula ter anunciado, no início do ano, um programa para destravar investimentos em infra-estrutura, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mais salutar será se perseguir seus objetivos com afinco. Não fosse por essas deficiências, o produto interno bruto (PIB) do Brasil poderia ser hoje cerca de 250 bilhões de reais maior. É como se uma economia do tamanho da do Chile ou da Colômbia fosse a cada ano extirpada do país. Não se trata apenas de uma questão econômica. Morre-se tanto por acidentes em trechos malconservados de ruas e rodovias brasileiras quanto em atentados terroristas na rodovia que liga o centro de Bagdá ao principal aeroporto do Iraque. Nos piores trechos, as estradas brasileiras têm até cinco buracos por metro quadrado de pista – poucos bombardeios aéreos conseguiriam produzir tantos alvos em espaço tão exíguo. Nessas condições, é mais difícil, mais lento e mais caro transportar mercadorias pelo país. Um exemplo do desgaste que isso representa: os pneus de caminhões duram metade do tempo de vida que eles têm nos Estados Unidos. Tudo isso torna a economia menos