Tirar a vida - o embrião e o feto - Peter Singer
2 Leonor Gularte Soler
Neste capitulo Singer aborda a questão do aborto e inevitavelmente as implicações do status do feto em duas questões: as experiências feitas com embriões e o uso do tecido fetal para fins medicinais. A base de sua discussão é sobre dois pontos de vista. O ponto de vista conservador e o liberal.
O ponto de vista conservador é expresso pelo seguinte argumento formal:
É errado matar urn ser humano inocente i(premissa 1)
Um feto humano é um ser humano inocente (premissa 2)
Logo, é errado matar um feto humano (Conclusão)
A reação liberal a este argumento teria duas vertentes:
Primeira: Nega a segunda premissa, ou seja, estabelece que um feto humano não é um ser humano.
Segunda: Nega a conclusão, ou seja, estabelece que não é errado matar um feto humano.
Analisando o argumento liberal em sua primeira vertente podemos observar que a discussão liga-se ao problema do feto ser ou não ser um ser humano, e a questão do aborto será, então, uma controvérsia a respeito de quando inicia a vida humana. Os conservadores estabelecem que " há uma continuidade entre o óvulo fertilizado e a criança" de modo que não há linha divisória moralmente significativa em nenhum ponto deste processo. Não havendo linha divisória devemos conferir ao embrião o status de criança. As linhas divisórias mais sugeridas são: o nascimento; a viabilidade; os primeiro movimentos do feto e o surgimento da consciência. Singer vai examinar individualmente cada uma delas pelos dois pontos de vista.
1Texto apresentado para a disciplina de Filosofia Moral e Política II, prof.ª Flávia C. Chagas.
2Leonor Gularte Soler, aluna do 4º semestre do curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Federal de Pelotas.
1) Nascimento: A linha divisória, que torna a morte injustificável, para os liberais, é o nascimento. Até esse momento o feto humano não é um ser humano. Somente quando nasce que torna-se ser humano, pois podemos