Tirania
Por Emerson Santiago
Chama-se tirania o governo conduzido por um tirano, onde determinada população é oprimida e tem seu livre arbítrio retirado, transformando-se em peças em um jogo de poder.
Em nossos dias, o termo tirania é aplicado geralmente a uma forma cruel e opressiva de governo, mas a definição original da palavra se referia a regimes cujos mandatórios não tinham a legitimidade para exercer o poder, não importando se agissem de forma maligna ou benevolente. Essa transformação em seu significado tem origem na sucessão de governos tiranos através da história, que, mesmo benignos, tendem a ser inseguros, e para tentar manter o seu poder, transformam-se em regimes cada vez mais opressivos. Dessas experiências surgiu ainda a divisão de poderes na administração pública, para que se evitasse o acúmulo de poder nas mãos de um indivíduo apenas.
Os métodos para derrubar uma ordem constitucional e estabelecer uma tirania são bem conhecidos, mas é surpreendente notar que aqueles que não têm intenção de perpetrar uma tirania podem ser cooptados a instalar um modelo tirânico de administração, apesar de suas melhores intenções. A tirania não é sempre deliberada, os tiranos pode enganar-se em seus atos, acreditando-se libertadores de uma condição, de uma população, e ao mesmo tempo podem agir de modo a enganar todo mundo. O tirano sempre busca o condicionamento do povo, tornando-o compatível com as exigências do poder. Para isso, ele sempre estimula a ignorância pública do cidadão em relação aos seus deveres cívicos.
Uma forma comum de implantação do modelo tirânico de governo começa com o controle e distribuição de falsas informações, por exemplo, com a instituição de ministérios da propaganda chamados de “informação pública” ou “marketing”. Outra manobra comum é a da fraude eleitoral, usada para impedir a eleição de reformadores. O tirano irá se utilizar ainda da usurpação de poderes, controle das forças armadas, militarização da