Tipos de pareceres
Um prejuízo da ordem de R$ 760 milhões é realmente algo que merece muita atenção. A dúvida a respeito do que realmente aconteceu mostra que os nossos investidores estão cada vez mais engajados em suas decisões, o que traz muita alegria ao colega que aqui escreve. Fico deveras feliz! A Sadia é uma empresa que exporta muito e, por isso, tem íntima relação com a moeda americana. Sim, daí surgiu a perda anunciada na semana passada.
Hedge e o mercado futuro
Muitas empresas e grandes investidores usam o mercado de opções para fazer o chamado hedge, uma forma de garantir suas aplicações e protegê-las de eventuais volatilidades exageradas. Aposta-se na alta ou baixa de determinados ativos e(ou) moedas. A lógica do mercado de opções pode ser conhecida no artigo “As opções e o direito de decidir”, publicado aqui no Dinheirama e também na série de artigos sobre mercado a termo publicados no Iniciante na Bolsa. Sadia lançou opções de dólar na BM&F Bovespa, com prazo de 12 meses, na expectativa de comprar a moeda com preço mais baixo ao final deste período. Em outras palavras, ela vendeu contratos futuros de câmbio apostando na queda da moeda. Quem compra, a contra-parte, espera que o valor suba. No vencimento, as partes se ajeitam. No frigir dos ovos, o objetivo era comprar dólares baratos no mercado à vista e revendê-los pelo preço do contrato futuro (mais alto).
O que deu errado?
A BM&F Bovespa exige que os signatários de contratos em aberto (aqueles ainda não liquidados, como os da Sadia) depositem, todo dia, garantias equivalentes a uma fração do contrato. O procedimento visa evitar problemas de inadimplência nas negociações de futuros. Na prática, isso significou para a Sadia aportar, todos os dias, cada vez mais dinheiro (afinal, o dólar disparou) nestas garantias exigidas, conhecidas como margens.
Assim, com o dólar subindo e as garantias a serem depositadas também crescendo, a influência da operação no caixa da empresa pode ter