tipologia textual
Estabelecer uma tipologia textual tem sido uma busca constante dos estudos lingüísticos e diversos são os autores que tentaram fazê-lo. Beaugrande e Dressler (apud Elias, 1994, p. 150) destacam que o tipo de texto sobressai-se à medida que é relevante para determinada situação. Definem também alguns tipos de textos tradicionais, segundo sua contribuição para a interlocução, apontando serem os textos descritivos aqueles que têm o controle de objetos ou situações e nos quais sobressaem-se os atributos, estados, exemplos e especificações nas relações conceptuais empregadas. Os textos narrativos são os que ordenam “ações e eventos” numa seqüência particular, nos quais destacam-se as relações de causa, razão, objetivo, capacitação e possibilidade temporal. Mostram, ainda, serem os textos argumentativos os que têm como objetivo aceitar ou avaliar certas idéias ou crenças como corretas ou erradas, favoráveis ou desfavoráveis, enfatizando as seguintes relações conceptuais: “razão, significância, volição, valor e oposição”.
Num estudo sobre tipologia de textos, Koch e Fávero (1987, p. 03) apontam três dimensões, interdependentes: dimensão pragmática, que diz respeito aos macro-atos de fala que o texto realiza e aos diversos modos de atualização em situações comunicativas; dimensão esquemática global, ou seja, os modelos cognitivos ou esquemas formais, culturalmente adquiridos; dimensão lingüística de superfície, isto é, marcas (sintático-semânticas) encontradas no texto que facilitam ao alocutário o esforço de compreensão, permitindo-lhe formular, a partir delas, hipóteses sobre o tipo de texto.
Observa-se, portanto, que as autoras apóiam-se nas interlocuções e nas diversas e atualizadas situações comunicativas, em suas superestruturas e nos aspectos formais e semânticos dos textos e fazem, à luz desses critérios, um minucioso estudo dos tipos de texto que a literatura apresenta: narrativo, descritivo, expositivo ou explicativo, argumentativo