Tipicidade e terroir
Mas o que traz de bom para o consumidor um vinho ser típico ou de terroir?
Iniciemos pela tipicidade; segundo o dicionário da língua portuguesa, típico é aquilo que serve de tipo, que é característico, simbólico, alegórico e emblemático. Partindo da definição fornecida por Aurélio, podemos afirmar que quando escutamos que um vinho é típico de determinado lugar é porque este vinho é dali característico, ou seja, expressa em maior ou menor grau as qualidades e defeitos que ocorrem naquela região.
Só isso?
Não. Também é um símbolo, um motivo de orgulho para o povo desta região; uma alegoria que enfeita as vitrines, casas e principalmente as mesas mais bem servidas; sendo, além disso, um emblema, que está sempre pronto a abrir portas para seu portador.
Assim, as videiras do grupo das “vidure” (Cabernet´s, merlot, petit verdot, tannat, carmenère, etc) cresceram pela região de Bordeaux na França e conquistaram o gosto e o carinho de seus habitantes, tornando-se o emblema desta região.
As uvas autóctones portuguesas como Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinta Cão, Malvasia, Gouveio, etc., quando tiveram seu vinho adicionado de álcool vínico conquistaram o exigente mercado inglês do século XVIII e propiciaram o desenvolvimento da região vitícola do Alto Douro, tornando-se símbolo de todo um país.
Desta mesma forma e de também de outros modos é possível citar vários vinhos que se tornaram elementos da tipicidade de uma região o Chianti, Barolo, champagne, Bourgogna, Asti, Cava, Rioja, Tannat uruguaio, Malbec argentino, Pinotage sul-africano, o espumante da Serra Gaúcha, o Moscato de Farroupilha, etc...
Na região de Urussanga, a uva Goethe logo depois de introduzida foi conquistando