tica e Direitos Humanos
Toda a nossa sabedoria consiste em preconceitos servis: todos os nossos usos são apenas sujeição, coação e constrangimento. O homem nasce, vive e morre na escravidão: ao nascer cosem-no numa malha; na sua morte pregam-no num caixão: enquanto tem figura humana é encadeado pelas nossas instituições.
Eu senti antes de pensar.
Observei a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de toda espécie, e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um prazer.
Russeau A Democracia Direta
França,1800. Um homem é preso por roubar um pão. Jean Valjean é seu nome e retrata a figura da injustiça, da humilhação, do mais fraco que é maltratado e vilipendiado em sua dignidade, tentando ser apenas mais um entre os miseráveis que vivem na escuridão. Assim Vitor Hugo nos descreve uma época onde os indivíduos, como diz o autor da obra, não enxergavam a luz, eram famélicos e sedentos de respeito humano. Jean Valjean é preso por roubar um pão para matar a fome, é condenado a 5 anos de prisão que se estende por mais 14 anos por tentar fugir, perfazendo um total de 19 anos preso por um ato que até hoje se repete em outros contextos e objetos diferentes, mas na mesma proporção de injustiça.
Em 1800 o que era moral em uma França devastada pelos horrores da pobreza, pela injustiça, pela fome? A moral certamente era a moral que fortalecesse a lógica dos burgueses que se ascendiam ao governo, com certeza era uma moral relativa, dependendo de quem a transgredia. Roubar um pão seria contra a moral instituída pelo estado, ainda mais que o transgressor era um pobre sem poder algum. Quando dissemos que o poder ou a cultura relativiza a ação criminosa, estamos na contramão dos Direitos Humanos, e isso implica numa contradição.
Os Direitos Humanos são universais, pois, partem do direito natural, ou seja, direitos esses concebidos por sua natureza de