TIAO
Porém, a cultura não é um código que se escolhe simplesmente, é algo que está dentro e fora de cadaum de nós. Pensamos na cultura como algo individual que as pessoas inventam, modificam e acrescentam na medida de sua criatividade e poder. Daí falamos que Fulano é mais culto que Cicrano edistinguimos formas de “cultura”. Assim, teríamos a cultura e culturas particulares e adjetivas, como formas secundárias, incompletas e inferiores de vida social. Mas a verdade é que todas as formas culturaisde uma sociedade são equivalentes e, em geral, aprofundam algum aspecto importante que não pode ser esgotado completamente por uma outra “sub cultura”. O problema é que sempre que nos aproximamos dealguma forma de comportamento e de pensamento diferente, tendemos a classificar a diferença hierarquicamente. Outro modo de perceber e enfrentar tal diferença é tomar a diferença como um desvio, semsequer nos darmos conta da relação de complementaridade.
No sentido antropológico, portanto, a cultura é um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado. O seu funcionamentoe o modo pelo qual elas geram novas combinações em situações concretas é algo que só a realidade pode dizer. Porque embora cada cultura contenha um conjunto finito de regras, suas possibilidades deatualização, expressão e reação em situações concretas, são infinitas. Nosso sistema caminhou na direção de um poderoso controle sobre a natureza, mas isso é apenas um traço entre muitos outros. Pelaescala de sociedades tribais, somos uma sociedade de bárbaros, incapazes de compreender o significado profundo dos elos que nos ligam com todo mundo de uma escala