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COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: O MODELO DE FATORES ESPECÍFICOSComo vimos, o comércio internacional pode ser mutuamente benéfico para as nações. No entanto, ao longo da história, os governos têm protegido alguns setores de sua economia contra a concorrência das importações. Por que? • No modelo ricardiano, o comercio leva à especialização internacional, na medida em que cada país desloca sua força de trabalho das indústrias nas quais esse trabalho é relativamente ineficiente para indústrias em que é relativamente mais eficiente. Como o trabalho é o único fator de produção do modelo e, supõe-se, é capaz de mover-se livremente e sem custos de uma indústria a outra, não há possibilidade de os indivíduos serem prejudicados pelo comércio. No mundo real, no entanto, o comércio tem efeitos substanciais sobre a distribuição de renda dentro da economia de cada nação, de modo que na prática, seus benefícios são frequentemente distribuídos de forma muito desigual. • Existe dois motivos principais pelos quais o comércio tem forte influência sobre a distribuição de renda: 1) os recursos não podem se mover imediatamente ou sem custos de uma indústria a outra; 2) as indústrias diferem quanto aos fatores de produção que demandam e, nesse sentido, uma alteração na composição de bens que um país produz normalmente reduz a demanda por alguns fatores de produção, ao mesmo tempo que aumenta a demanda por outros.
Para tratar dessas questões precisamos de um modelo com fatores específicos. • O modelo de fatores específicos foi desenvolvido por Samuelson e Jones. Como o modelo ricardiano simples, ele supõe uma economia que produz dois bens e que pode alocar sua oferta de trabalho entre os dois setores. Mas, diferentemente do modelo ricardiano, este modelo permite a existência de outros fatores de produção além do trabalho. Enquanto o trabalho é um fator móvel, que pode se deslocar entre os setores, supomos que os outros fatores sejam fatores específicos, i.e. Que possam