Thomas Kuhn
Thomas Kuhn apresenta a Revolução Científica como um processo de transferência de um paradigma a outro, onde ocorre, a partir de uma crise, uma nova concepção a respeito de um determinado fenômeno. Como vimos, seu pensamento é fundamentado no paradigma, que é um conjunto de regras, suposições teóricas gerais, e técnicas para aplicação de leis; orienta e dirige a atividade de grupos de cientistas que nele trabalham. “Paradigma é o que os membros de uma comunidade cientifica compartilham e, reciprocamente, uma comunidade cientifica consiste em homens que compartilham um paradigma.” (Kuhn, 2006, p. 30) Dentro de uma comunidade científica que se depara com as anomalias e por conseguinte com a crise do paradigma, existem divisões entre os membros, de um lado um grupo que parte em defesa do novo paradigma e do outro um grupo que se dispõe a defender o paradigma que estava em uso; veremos como o autor se refere a este fato:[...] as revoluções cientificas iniciam-se com um sentimento crescente, também seguidamente restrito a uma pequena subdivisão da comunidade cientifica, de que o paradigma existente deixou de funcionar adequadamente na exploração de um aspecto da natureza, cuja exploração fora anteriormente dirigida pelo paradigma. Tanto no desenvolvimento político como no cientifico, o sentimento de funcionamento defeituoso, que pode levar a crise, é um pré-requisito para a revolução.[1] Um fator importante a ser destacado no pensamento de Thomas Kuhn, é o fato de ele conceber este processo de Revolução Científica como um processo não cumulativo, isto é, ele defende que a revolução da ciência se dá por um esquema de cisão e não de cumulação, onde uma idéia é substituída por outra, completamente, e não de uma soma de teorias. E nesta fase de crise, a pesquisa não pode ser predeterminada por um paradigma, visto que, o paradigma é que está em questão quanto a sua validade: “ela não é e não pode ser