Thomas hobbes
O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim. (HOBBES apud RIBEIRO, 2004, p. 59, v.1)
Nessa perspectiva, se deduz que os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las, já que não há regras que impeçam os homens de tomar o que é de outrem. Assim, nesse estado natural, o homem vive em constante conflito e discórdia, numa guerra de todos contra todos, onde a lei do mais forte é predominante e um homem só se impõe a outro homem pela força. Isso se dá porque cada um se imagina poderoso, perseguido, traído. Segundo Ribeiro (2004), o estado de natureza para Hobbes é marcado pela competição, a desconfiança e a glória, sendo necessário se sobrepor aos outros para garantir o que deseja, utilizando para isso a força ou a inteligência, é preciso defender o que possui e firmar respeito, para que assim possam se proteger e conservar a vida, numa eterna busca pela segurança.
Por causa do medo da morte, da insegurança, é que Hobbes busca a salvação da sociedade através de um Pacto Social, um contrato social de submissão, onde os indivíduos, por consentimento unânime, abdicam da sua liberdade, dos seus direitos, e colocam esses direitos, essa liberdade nas mãos de um ser superior, um grande rei, um Estado (político) soberano. A sociedade se submete ao Estado em prol de um estado de paz.
Esse pacto social de Hobbes se assemelha a sociedade contemporânea, uma vez que todos os cidadãos em busca de algo maior e melhor, elegem um representante, confiando que este busque o bem geral. O Estado, por sua vez, é o ente capaz de criar normas para regular a vida em sociedade, mesmo