Thinking architecture - peter zumthor 1996
Antes de tudo devemos explicar que a pessoa em frente a eles não é alguém que faz perguntas cujas respostas ele já sabe. Praticar arquitetura é fazer a si mesmo perguntas, encontrar a suas próprias respostas com a ajuda do professor, reduzindo as possibilidades,encontrando soluções. E novamente, e novamente.
A força de um bom design repousa em nós mesmos e na nossa habilidade de perceber o mundo tanto com a emoção quanto com a razão. Um bom projeto de arquitetura é sensual. Um bom projeto de arquitetura é inteligente.
Todos nós experimentamos arquitetura antes mesmo de escutarmos essa palavra. As raízes do entendimento da arquitetura estão em nossa experiência arquitetural: nosso quarto, nossa casa, nossa rua, bairro, cidade, nossa paisagem – nos os experimentamos desde de muito cedo, inconscientemente, e nós posteriormente os comparamos a outras cidades, ruas e casas que conhecemos. As raízes do nosso entendimento da arquitetura repousam em nossa infância, em nossa juventude, em nossa biografia. Os estudantes devem aprender a trabalhar de modo consciente com as suas experiências próprias de arquitetura. Suas tarefas são concebidas para iniciar esse processo.
Podemos nos perguntar o que é que gostávamos naquela casa, naquela cidade, o que foi que nos impressionou e nos tocou – e por que. Como era aquele quarto, aquela praça, como era realmente. Que cheiro se sentia no ar, como soavam os meus passos e a minha voz, como eu sentia o chão sob os meus pés, a maçaneta em minhas mãos, como a luz atingia as fachadas, como era o brilho nas paredes? Havia um sentimento de aperto ou de amplidão, de intimidade ou de vastidão?
Pisos de madeira como membranas finas, pesadas massas de pedra, texturas suaves, granito polido, couro flexível, aço enferrujado, mármore polido, vidro cristalino, asfalto