The Walking Dead

The Walking Dead

Sabe aquele dia em que você acorda e acha que está protagonizando um seriado de zumbis? Ou que está participando de um vídeo clipe do Michael Jackson? E a partir deste dia você é capaz de acreditar que o mundo realmente acabará em 2012, pois está vivendo em um apocalipse? Essa é a sensação das pessoas que trafegam pela entrada e saída da Ilha do Governador.
Após as pacificações das favelas do Jacarezinho e do Manguinhos, onde todos pensaram, ludicamente, ser o fim do tráfico e das “cracolândias”, os usuários de crack migraram para a Avenida Brasil, concentrando-se próximo às favelas do Parque União e Nova Holanda.
Os “cracudos”, conhecidos popularmente assim, espalham medo, terror e angústia por onde passam. Amontoados, eles vivem em um ambiente sujo, degradante e sombrio: a verdadeira miséria humana.
Dói ouvir das pessoas nos transportes coletivos que eles devem ser exterminados, que esta seria a solução ideal para os problemas da cidade. É o que eu canso de ouvir todos os dias. Que “estes ‘mortos-vivos’ devem ser ‘desovados’ bem longe da população carioca”. Mas será que ninguém pensa em uma solução? Onde está a prefeitura? Onde está o serviço social? Onde encontrar um remédio? Uma cura? Será que é normal a população “sã” não olhar para aqueles seres mendigando vida? Estamos deixando a loucura fingir que tudo é normal. E se um daqueles fantasmas sociais fosse nosso familiar? Tenho certeza que na prática a teoria é outra. Estamos nos deparando, então, com três tipos de indivíduos: os zumbis – usuários do crack; os que pensam que são os matadores de zumbis, quando na verdade são aqueles cujo tiveram seus cérebros mastigados; e, por fim, os sobreviventes que tentam encontrar uma saída.
Devemos decidir qual individuo ser. Lembrando que estes espectros ameaçam nossa segurança todos os dias sim, mas que não precisam de ninguém que os direcionem para a morte, eles mesmos estão fazendo isso, e muito bem. O lamentável é que ninguém tem a