The deep end of the ocean
O desespero de Beth Cappadora começa quando pede ao filho mais velho, Vincent, de sete anos, que vigie por momentos o pequeno Ben e, inesperadamente, o menino desaparece sem deixar rasto. A estabilidade emocional da família vê-se, assim, ameaçada pela extrema pressão provocada pelas diferentes reações emotivas dos pais e pelo comportamento autodestrutivo de Vincent, dominado por sentimentos de abandono e de culpa em relação ao desaparecimento do irmão.
Até que, nove anos volvidos, o reaparecimento de Ben muda o rumo dos acontecimentos, desencadeando novas emoções e novos dilemas à família.
Na minha perspetiva muito pessoal, quatro aspetos fundamentais perpassam o filme desde o início até ao desenlace final e são determinantes no comportamento das várias personagens que me proponho analisar - a mãe, o pai, Vincent e Ben:
O sentimento do AMOR (maternal, paternal, familiar e fraternal);
O sentimento de CULPA (autodestrutivo, inconsciente ou subconsciente e de culpabilização do outro);
A capacidade de SOBREVIVÊNCIA (marcada pelo desespero, pela luta e pela esperança duma família e, essencialmente duma mãe);
A REAPRENDIZAGEM da vida (a descoberta de um novo caminho afetivo por parte das personagens).
O AMOR:
A mãe (Beth) revela o seu amor pelos filhos desde o início do filme, quando decide levá-los consigo a um encontro de antigos colegas de liceu, sendo a única das suas amigas a tomar essa atitude. O amor desta mãe passa por momentos difíceis nos nove anos que se seguem ao desaparecimento de Ben, mas reacende-se, em todas as direções, ou seja, na direção de todos os seus filhos e da sua família quando este reaparece. Apesar da sua fragilidade emocional, Beth, que entrou em depressão e quase desistiu da vida,