Thales a ptolomeu
De Thales a Ptolomeu
1.1 Introdução
O século VI, antes de Cristo, é um marco na história da ciência. A cultura científica que emerge com os gregos, primeiro em uma região da costa sudoeste da Turquia, conhecida como Jônia, e depois na Grécia continental, praticada por egípcios e babilônios.
A busca do saber pelo saber vem com os primeiro filósofos gregos. Os mitos, a magia e as explicações sobrenaturais não encontram espaço no pensamento racional que dirige a investigação da natureza.
As concepções de universo dos primeiros gregos eram bastante primitivas, e não se poderia esperar o contrário.
Este capítulo, enfim, explora, sucintamente, alguns aspectos da ciência grega que vai das primeiras indagações sobre de que o mundo é feito aos princípios que norteiam a estruturação de um sistema astronômico. O sistema ptolomaico, como ficou conhecido, salva admiravelmente as aparências, ou seja, reproduz com razoável precisão as trajetórias observadas dos astros no céu, dominando hegemonicamente a astronomia até o aparecimento do sistema copernicano.
1.2 Os primórdios da ciência grega: a natureza da matéria para jônicos e pitagóricos De que o mundo é feito? A Pergunta se dirige o pensamento dos primeiros filósofos jônicos. A crença comum é a de que todas as coisas são originárias de uma mesma matéria prima, como a água e o ar, ou inacessível aos sentidos como o “apeiron”. Thales de Mileto é o primeiro dos filósofos da natureza. Precursor da ideia de que em que pese a diversidade das coisas todas se originam a partir de uma mesma substancia, elegeu a água como princípio de tudo. Conhecedor do ciclo das cheias do Nilo e de sua importância para a agricultura ao recuperar a fertilidade do solo, constando a presença da água nos vegetais, nos animais, no ar e no céu, Thales via um mundo dependente da água, da umidade, e como tal é natural que pensasse que, a partir dela, tudo tivesse surgido. A Terra, na concepção de Thales, é um disco plano que