Tha S Cabral
A resenha a seguir é sobre o artigo "Projetos Socioeducativos. A naturalização da exclusão nos discursos de educadores" desenvolvido por Dinora Tereza Zucchetti (Doutora em Educação), Eliana Perez Gonçalves de Moura (Doutora em Educação) e Magali Mendes de Menezes (Doutora em Filosofia), na tentativa de abordar a "temática da exclusão/inclusão em práticas de educação não escolar, a partir dos discursos de educadores que atuam em projetos socioeducativos voltados a crianças e jovens, moradores de periferias urbanas." (2010, p. 465)
Levando em consideração os dados empíricos, onde estão contidos discursos de educadores oriundos da pesquisa: "Formação de Educadores em Práticas Socioeducativas (CNPq) e Saberes sobre Diferenças e Inclusão Social. Nota-se os projetos socioeducativos como ações eminentemente inclusivas, onde ocorre a naturalização do fenômeno da exclusão/inclusão social. Se propõe a ampliação dessa discussão sobre a partir do aprofundamento sobre a dimensão da desigualdade, problematizando a inclusão social dentro das práticas socioeducativas que ocorrem em espaços não escolares e principalmente no interior de projetos de caráter socioeducativo orientados para crianças e jovens, verificando de que forma os educadores que atuam nestas práticas afinam ou não com os discursos predominantes.
As práticas socioeducativas são entendidas como "ações que fazem da educação para o convívio em sociedade e para o exercício da cidadania uma estratégia de proteção à infância e a juventude" (Carvalho e Azevedo, 2004, s.p.). O principal fator que levam esses jovens e crianças a serem encaminhados por professores, conselho tutelar ou pelos próprios pais à projetos sociais são: a ausência de condições adequadas de habitação, a falta de cuidado por parte de familiares, histórias de evasão e o precário aproveitamento escolar, a presença da rua como espaço de sociabilidade, entre outros.