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A ideia de Humanizar. Nada nos parece mais ousado e desafiador. Leva-nos a pensar no processo pelo qual algo ou alguém adquire qualidades inerentes ou dignas aos seres humanos. É desafiador porque nos induz a pensar em que ponto começa ou termina o que se entende por comportamento humano.
Quando olhamos para o atendimento de saúde oferecido pelo poder público aos cidadãos brasileiros, reconhecidamente os mais carentes, somos levados a um questionamento quanto a quem, quando e para quem é oferecido. Quando falamos de um sistema de atendimento de saúde havemos de, imediatamente, nos lembrar da fragilidade de quem o procura. No entanto não há como ignorar a complexidade e a magnitude de tal sistema. Parece-nos impossível esperar humanização de um sistema tão complexo e, como não poderia deixar de ser, burocrático.
Talvez devêssemos parar de procurar as causas numa razão sistêmica para essa problemática. Devemos buscar em nós, enquanto cidadãos inseridos numa sociedade e consequentemente numa cultura a razão. Deveríamos fazer como diz Drummond em seu célebre poema “o homem, as viagem”, uma viagem interior. Buscar respostas ocultas em nós, em nossa maneira de pensar e agir. Razões essas as quais não tenhamos consciência ou prefiramos não ter. Ainda, segundo o poeta, deveríamos nessa viagem seguir uma ordem; “pôr o pé no chão” - sim propor-se a caminhar em busca daquilo que ansiamos e com vista na realidade, “com o coração” – usarmos dos sentimentos mais nobres, não em delírios ensandecidos e inflamados de ódio numa cobrança inconsciente de tudo e de todos, “experimentar” – nos permitirmos tentar, experimentar ideias e se as mesmas se mostrarem infrutíferas, experimentar outras, “colonizar” – haveremos de conquistar, mas conquistar em conjunto partir para novas ideias, absorvê-las quando úteis descartá-las quando inúteis, “civilizar” – sermos capazes de nos polirmos ao longo dessa viagem, somente depois de tudo isso estaremos aptos