Textualidade
Textualidade
Para Val (1991), os textos apresentam uma característica essencial, que dão a eles esse caráter. Essa marca é chamada de textualidade e refere-se a “um componente da competência textual dos falantes, que lhes permite produzir textos adequados e interpretar como textos as produções linguísticas que ouvem ou leem”.
Para a autora, a interação verbal entre falantes é a base da textualidade. Ela estabelece uma relação de dependência com o caráter interpretativo entre o texto e o contexto, além da intertextualidade, que trata da relação de um texto com uma variedade de outros textos, presentes na sociedade em que vivemos.
A surdez
Em relação aos surdos, para Soares (1998) “quando o surdo aprende a língua como um exercício, não como uma forma de interação discursiva, a situação de interação não será fundamentalmente uma situação discursiva que estruture formas de pensar a realidade, que configure processos cognitivos; será fundamentalmente um esforço de codificação e de decodificação.”
Pesquisas apontam para a importância de exposição de crianças, ouvintes e surdas, à língua escrita antes mesmo do início de seu aprendizado formal, no espaço da escola. Para os estudiosos sobre o tema, é fundamental que essas crianças descubram a função da escrita no contexto do cotidiano.
Pereira (2002) destaca que “para as crianças ouvintes, se lê coisas em voz alta e assim, desde muito cedo se está mostrando a relação entre a língua escrita e a língua na sua forma falada, a língua que a criança já sabe”.
A autora continua sua análise observando que para a criança ouvinte, aprender a ler é penetrar na relação dialógica entre o escrito e o falado. Em contrapartida, essa relação inexiste para a criança surda, pois para ela, aprender a ler e aprender a língua configura um mesmo processo.
Pereira sugere uma abordagem diferenciada para o ensino da língua escrita para a criança surda: a língua escrita como uma competência