TEXTUALIDADE E COESÃO FIO CCO
Curso: Ciências Contábeis
Disciplina: Interpretação e Produção de Textos
TEXTUALIDADE E COESÃO: MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que damos o nome de textualidade. O encadeamento semântico que produz a textualidade se chama coesão. Podemos definir, mais especificamente, a coesão, dizendo que se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente em uma sentença A. Se perguntarmos, por exemplo, a um falante do português se duas sentenças como Pegue três maçãs, coloque-as sobre a mesa constituem um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe perguntarmos o motivo, dirá ele que ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se existe algo na segunda sentença que a possa ligar à primeira, ele nos apontará o pronome as. De fato, o pronome as recupera semanticamente, na segunda sentença, o termo três maçãs. Eis aí um exemplo de coesão textual, de textualidade. A maior parte das pessoas constrói razoavelmente a textualidade na língua oral, mas, quando se trata de escrever um texto, palavras como mesmo e referido, são muito usadas, produzindo sequências do tipo.
(1) Pegue três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.
(2) João Paulo II esteve ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do celibato.
É muito fácil, entretanto, evitar este desagradável procedimento, fazendo uso dos amplos recursos de que a língua dispõe para construir a textualidade. Trata-se dos mecanismos de coesão.
Para entender esses mecanismos, vejamos outras versões possíveis da sequência (2).
(2a) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a Igreja continua a favor do celibato.
Nessa versão, o termo Varsóvia está recuperado pelo advérbio lá e o termo João Paulo II, pelo pronome ele. Este processo de coesão se chama coesão por