textos
Junho 18th, 2009
De Patricia Mellodi
Bom, negada, é verdade que eu to só o oco e os caburé cantando dentro, mas to feliz a balde. Friviei muito nesses dias. Passava o dia conversando miolo de pote com uns magote de fio duma égua. Uma fuleragem, um licute com aquele povo, que nem ouvia o apito da lancha! Vivia com os dentes na fresca. Bagaceira total!
Nao vão mangar de mim não, mas um dia eu pedi pro meu irmão emprestado o loréu dele caindo os pedaços, e me perdi em Teresina, saí do rumo e nem dei fé, fui bater no inferno da pedra atrás de um frejo, mas eu tava com aquilo incutido na minha cabeça.
Enchi meu bucho de cajuína, doce de cajuí, capote frito, pirão-de –parida, maria-isabel e bejú. To boa e gorda! Tibunguei no Rio Parnaíba no pino do meio dia! Só deu pra minha radiola! Com aquela quintura, eu dei aquela pilôra! Foi pá e bufo!Espie, nem era ainda época do be-erre-ó-bró! É que eu sempre fui pigoita! Nunca tive medo de estoporar, tomava café quente e ia tomar banho!
Quando eu chego lá eu me lembro do tempo que eu era uma menina veia do buchão que usava gigolete, gostava de curiar o povo, comer de capitão, beber sembereba, dar cangapé, levar caçuleta, fazer bunda-canastra, caçar conversa com os meninos, matar briba com baladeira, jogar relancim, pegar sereno. Eu saia cedo de casa dizia que ia bem ali assim e só voltava de noite, ficava solta na buraqueira e chegada toda breada! De vez em quando entrava na taca!
Mas tem coisa no Piauí que é lasca! Ter que ouvir aquele abestado do Zé barriga-de lampréia budejando, só fobando, bêbo-bosta, dá vontade de dar um bofete! Ele fica caçando chifre em cabeça de jumento e me deixa aperriada! Que diabo é dez? Fica só empaiando a gente! Aquilo é empautado com o capiroto das profunda! Quando ele chega, dá vontade de dizer: - Caminha! Peque o beco! Já quando chega o João, aquela caba saliente, prosista, fica todo mundo pajeando, num tem párea não!
Mermã, minha viagem foi só o mio dibuiado, eu vim