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3.1 Reforma Psiquiátrica A Reforma Psiquiátrica brasileira, nasce no final dos anos 70, com movimentação de trabalhadores mobilizados com o cotidiano de histórias de maus tratos, mortes, injustiças, abandono, exclusão e desumanidade que vinham ocorrendo em seus locais de trabalho, sendo este a instituição psiquiátrica, o chamado manicômio. Manicômio e doença mental são produções da Modernidade. O papel social do manicômio foi o de afastar do meio social o que era considerado desvio, marginalidade, problema, doença. O manicômio vinha para responder a uma demanda social de exclusão e segregação da diferença, o homem da Razão não suportaria em seu meio aquilo que se apresentava como oposto a sua visão de mundo, trancafia os loucos e a desrazão. Cria manicômios concretos e manicômios mentais. Assim o manicômio é o lugar em que se prende esta forma de ser para que não incomode a produtividade, o fluxo humano dominante. Assim, manicômio também é o medo de comunicar uma verdade, uma experiência, é o não entendimento, é a violência que se volta contra a diferença. Falar de loucura é falar da vida quando ela está às voltas com o irrepresentável, ou com o inominável, ou com o indizível, ou com o invisível, ou com o inaudível, ou com o impalpável – com o invisível. (PÉLBART, 2000: 7). Entre a doença mental, como criação da Modernidade e as definições e capturas da pós-modernidade, duas ideologias e um cuidado para não perder de vista o próprio ser humano enquanto sujeito e não como objeto de uma ou outra ideologia. Este ser humano em sua complexidade, processualidade de vida, situação de sofrimento por diversas razões inclusive sociais de exclusão(REIS,2009) Como nos mostra LANCETTI,
A pragmática da desconstrução manicomial é o reinado do paradoxo: doença mental e loucura, afirmação do poder médico e diluição das identidades profissionais, cuidados terapêuticos e liberação potencias