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Quinze Anos de Rigidez Monetária no Brasil pós Plano Real: uma agenda de pesquisa1 Andre de Melo ModenesiRui Lyrio Modenesi
Resumo
Apesar de instaurada em 1995 uma fase de relativa estabilidade de preços com o Plano Real (PR), o
Banco Central do Brasil (BCB) tem mantido a taxa básica de juros (Selic) em níveis excessivamente elevados. Não obstante, a inflação vem-se mantendo em patamares relativamente altos. Um indício de que há falhas no mecanismo de transmissão da política monetária (PM). O objetivo deste trabalho é apresentar uma agenda de pesquisa cujo foco é a anomalia em que se transformou a PM brasileira. É feito um retrospecto dos quinze primeiros anos pós PR e uma resenha dos trabalhos que visam explicar por que a taxa de juros se mantém tão elevada. Dada a sua complexidade, o fenômeno não pode ser explicado, integralmente, por nenhuma das cinco teses isoladamente. As principais oportunidades de investigação se referem: ao aprofundamento da comprovação empírica e aprimoramento da mensuração do grau de ineficácia da PM; e a identificação de instrumentos alternativos de combate à inflação. O campo da economia política é muito fértil. A não-neutralidade das decisões de PM, originando ganhadores e perdedores, deve ser aprofundada. O papel desempenhado pela convenção pró-conservadorismo na manutenção do regime de metas de inflação (RMI) também pode ser melhor explorado.
Palavras chave: Inflação; Mecanismo de Transmissão da Política Monetária; Selic
Abstract
Although established a phase of relative price stability with the Real Plan (RP) in 1995, the Central Bank of Brazil (BCB) has been keeping the benchmark interest rate (Selic) in excessively high levels.
Nevertheless, inflation still remains at relatively high levels. An indication that there are flaws in the transmission mechanism of monetary policy. The aim of this paper is to present a research agenda which focuses on the anomaly that became the Brazilian monetary policy. It made a retrospect of