Texto
1. Introdução
Segundo Alberto Roiphe, “tradicionalmente, havia uma tendência escolar de se pensar a língua a partir de palavras e de frases isoladamente. Entretanto, por meio do avanço dos estudos linguísticos, com o tempo, as palavras e as frases passaram a ser vistas como partes dos textos, textos que falamos, ouvimos, lemos e escrevemos.”
Essa consciência do texto como “fenômeno original da língua”, definido como textualidade, na concepção de Irandé Antunes, é “a condição que têm as línguas de somente ocorrerem sob a forma de textos e as propriedades que um conjunto de palavras deve apresentar para poder funcionar comunicativamente.” (ANTUNES, 2009, p. 50).
De acordo com Irandé Antunes, “um programa de ensino de línguas, comprometido com o desenvolvimento comunicativo dos alunos, somente pode ter como eixo o texto” (Idem, p. 52). Segundo a autora, o texto como referência em sala de aula permite mais consistência e mais relevância ao estudo da língua. Isso, certamente, porque a leitura de um texto é examinar a quem ele se dirige, por esse motivo, como ele é construído e que efeitos a sua leitura produz, dentre tantas outras características. Ler um texto também é aprender a escrevê-lo quando se examinam seus elementos constitutivos. Um texto, às vezes, serve de modelo para outros, em termos de organização, de estrutura e também de efeitos que podem causar.
Por isso, o ensino da Língua Portuguesa, em especial da coesão textual, não mais se sustenta na leitura e análise de frases descontextualizadas. Porém, essa ainda é uma prática presente nas salas de aula e é preciso haver mudanças nesse modelo tradicional. Muitos alunos do Ensino Médio não mantêm o hábito da leitura, pois não é uma prática presente no seu meio familiar e social. E essa situação ainda se torna mais caótica, quando esses alunos também têm pouco ou raro contato com a leitura de diferentes gêneros