Texto

O texto “A fábula do garoto que quanto mais falava sumia sem deixar vestígios: cidade, cotidiano e poder.” De Luis Antonio dos S. Baptista, começa com uma fábula, em forma poética, fazendo alusão a um corpo desbotado que sofre interferências do meio social e geográfico em que vive.
O personagem do texto é um garoto, negro, de dez anos, morador da favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, sem pai e com uma mãe ausente devido a grande carga horária de trabalho. Não via sentido nas aulas, a escola para ele era um lugar que não lhe dizia nada. Após ser reprovado duas vezes e devido a dificuldade em leitura e matemática, a escola resolve chamar a mãe para conversar, onde essa mãe assume a culpa da dificuldade do aluno, alega que é do sangue, puxou o pai e os irmãos, diz que ele não dá para o estudo. Os educadores e a psicóloga o diagnosticam como especial, incapaz de aprender devido sua condição social e econômica, após a visita domiciliar a psicóloga considera a casa ineficiente para o desenvolvimento psicológico e intelectual. Laudo totalmente iluminado pelo humanismo cientifico, o considerava como destinado ao fracasso.
A mesma psicóloga que o diagnosticou como especial, incapaz de aprender, o encontra vendendo tangerina no sinal, distraída ignorou a velocidade com que ele realizou as operações matemáticas na rua.
Assim, ao garoto restava apenas o fracasso. Para a mãe, era do sangue.Para os educadores, um déficit de inteligência resultante da fome e miséria.Édiagnosticado alterações psicológicas de caráter intelectual que provocariauma perturbação na convivência social. ³ Após consulta, testes psicológicos, ogaroto ganhava um nome e uma concisa história; uma inócua e abreviadaanamnese o aprisionava na