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(1) A seleção brasileira de futebol perdeu para a alemã por 7 a 1 neste 8 de julho de 2014. Um vexame no campo esportivo. A maior humilhação de toda a história do time do Brasil em Copas do Mundo.
(2) De volta ao mundo real, a pergunta é: essa traulitada sofrida pela equipe brasileira produzirá algum impacto político-eleitoral? A presidente Dilma Rousseff terá alguma dificuldade extra por causa desse infortúnio esportivo? Ninguém tem uma resposta científica para dar.
(3) Sem juízo de valor, vale registrar: o efeito foi nulo nos dois exemplos históricos recentes em que presidentes tentavam a reeleição e o Brasil perdeu Copas do Mundo.
(4) Em 1998, o Brasil passava por um momento dificílimo na economia. Setores da oposição diziam que o país estava falido, ancorado numa taxa de câmbio postiça, que mantinha a paridade insustentável de valor entre o real e o dólar dos Estados Unidos. Na Copa do Mundo na França, a seleção sofreu com o apagão do jogador Ronaldo, que entrou em campo e ficou em estado de torpor durante a partida final.
(5) Mesmo com a economia perto do buraco e a derrota na Copa da França, em outubro de 1998 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi reeleito no primeiro turno para ficar mais 4 anos no Palácio do Planalto.
(6) Em 2006, as coisas não começaram bem para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mensalão ainda reverberava. Ninguém sabia qual seria o efeito do escândalo nas urnas. Na metade do ano, a seleção brasileira sofreu na Copa da Alemanha com um novo baile tomado da equipe francesa –a imagem de Ronaldo levando um chapéu de Zidane no meio de campo ficou na parede da memória de todos que acompanham o esporte.
(7) Só que em outubro de 2006 Lula acabou sendo reeleito para mais um mandato como presidente. Poderia até ter faturado no primeiro turno se não tivesse cometido alguns erros no final da campanha (como ter se recusado a ir a um debate com seus adversários).
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